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Por que a saúde começa pela boca?

Escrito por Uniodonto

07 JUN 2021 - 10H40 (Atualizada em 07 JUN 2021 - 11H42)

O desenvolvimento científico das últimas décadas promoveu inovações notáveis na área da saúde. Nos últimos anos, passaram a fazer parte do cotidiano conversas sobre a necessidade de alimentação equilibrada, de uma boa rotina de sono e da prática regular de atividades físicas, entre outros temas.

Contudo, quando o assunto é saúde, muitas vezes nos esquecemos de incluir a saúde bucal na conversa. Os problemas que afetam a boca e os dentes estão longe de se restringirem apenas a essas áreas, o que acaba impactando a saúde de todo o organismo.

Saúde bucal em números

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que apenas 15% dos brasileiros cuidam da saúde bucal regularmente e mais de 11% da população nunca visitou um dentista (o que equivale a cerca de 24 milhões de pessoas). Neste último grupo, estão incluídos 2,5 milhões de adolescentes. O IBGE também levantou que 3 de cada 4 idosos não possuem nenhum dente e mais de 8 milhões de brasileiros com mais de 30 anos já usam prótese dentária.

Foi pensando em conscientizar as populações dos países sobre a importância desse tema que, em 2007, a Federação Internacional Dentária (FDI) instituiu o 20 de março como Dia Mundial da Saúde Bucal (ou World Oral Health Day - WOHD, em inglês). Organizações como a FDI estimam que 3,5 bilhões de pessoas no mundo (ou 44% da população mundial) tenham doenças bucais hoje.

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Relação boca e corpo

De acordo com a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a saúde bucal tem conexão direta com o estado de saúde geral do nosso organismo. Além disso, pesquisas internacionais de diferentes universidades já demonstraram que problemas na boca ou nos dentes podem influenciar o curso de várias patologias sistêmicas.

Um exemplo disso ocorre com a diabetes. Há alguns anos, a literatura médica aponta que pacientes com diabetes apresentam alto risco de desenvolver problemas bucais devido ao descontrole da glicemia e à interferência na produção de saliva. Tudo isso faz com que esses pacientes estejam mais suscetíveis a infecções.

As pessoas que possuem diabetes costumam apresentar com mais frequência problemas bucais como a gengivite, a periodontite, (estágio mais avançado da inflamação na gengiva) e perdas ósseas.

Os portadores de diabetes muitas vezes podem apresentar dificuldades no controle da glicemia, e a condição da saúde gengival pode interferir nesse controle. Isso ocorre porque as doenças periodontais podem alterar o nível glicêmico nessas pessoas – efeito que não é restrito aos diabéticos, mas pode ter efeitos mais graves nessa população. Essas pessoas também apresentam alterações vasculares e distúrbios de cicatrização, o que pode ser delicado quando ocorre algum problema na boca e/ou dentes.

Outro exemplo ocorre com as cardiopatias. A colonização bacteriana da cavidade oral pode propiciar o desenvolvimento de inúmeras infecções como a endocardite bacteriana (que atinge gravemente o endocárdio e ocorre especialmente entre pessoas que possuem válvulas deficientes ou próteses).

Além disso, a disseminação de microrganismos pode começar pela boca e atingir outras áreas do seu corpo através da corrente sanguínea e aumentar o nível da proteína C reativa, que indica a ocorrência de inflamação de vasos sanguíneos. De acordo com a American Heart Association, associação cardíaca dos Estados Unidos, a circulação desses germes pelo corpo pode originar não só a endocardite, mas também a aterosclerose (artérias entupidas) e o AVC (Acidente Vascular Cerebral).

A gestação é outro processo fisiológico diretamente impactado pela presença de problemas bucais. Uma revisão de estudos das universidades Pedagógica e Tecnológica da Colômbia e Miguel Hernández de Elche, na Espanha, mostrou que gestantes com periodontite (infecção que destrói a gengiva e até os ossos da boca) têm o dobro de chances de viver um parto prematuro (ocorrido com menos de 37 semanas desde o momento da fecundação). Isso ocorre se o agente causador da infecção chega ao útero e o sistema imunológico aumenta a produção de prostaglandina - substância que ajuda a combater esses inimigos, mas também acaba induzindo o parto.

Quando uma infecção na gengiva não é tratada adequadamente, ela pode evoluir para uma periodontite - problema que geralmente é detectado no consultório do dentista e às vezes pode exigir um exame de raios x. Nas mulheres grávidas, é recomendado que a intervenção contra esse problema bucal ocorra no segundo trimestre, quando há menor risco para a mãe e o bebê – mas é importante verificar a avaliação de profissionais qualificados a partir de exames prévios.

As cáries também aumentam a probabilidade de parto prematuro, já que esse problema pode provocar a necrose do feixe vásculo-nervoso dental, criando assim um foco para a entrada de bactérias na corrente sanguínea, o que ativa ainda mais o sistema de defesa do organismo. Por fim, os enjoos da gravidez também podem gerar vômitos que, devido à sua acidez, podem afetar o esmalte dos dentes e predispor à formação de biofilme ou cáries, na ausência de higienização bucal correta.

Promoção e prevenção

Essas informações evidenciam a importância de haver uma boa promoção e prevenção da saúde bucal. Nesse sentido, é fundamental ter acesso a informações qualificadas para manter uma boa rotina de cuidados com a sua boca e os seus dentes e, assim, prevenir a aparição de problemas nessa região.

Uma das principais recomendações dos profissionais da odontologia é escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia – após cada uma das refeições. O tempo mínimo de escovação recomendado é de três minutos e é preciso higienizar a língua (que abriga inúmeras bactérias). Além disso, cada escovação precisa vir acompanhada do uso do fio dental, que limpa as regiões que não são alcançadas pelas cerdas da escova, locais que representam importantes áreas de acúmulo de alimentos.

Na hora de escolher a escova, dê preferência aos modelos com a cabeça pequena e cerdas macias – que são maleáveis o suficiente para atingir os lugares mais profundos entre o dente e a gengiva. Muita gente compra boas escovas, mas acaba se esquecendo de trocá-las periodicamente. O recomendado é fazer isso a cada três meses ou assim que perceber que as cerdas começaram a ficar deformadas.

Outro item que merece atenção é a pasta dental. É importante preferir aquelas contendo flúor. Outro cuidado fundamental para manter a saúde bucal é manter uma alimentação saudável, evitando bebidas contendo corantes e fumo para não amarelar os dentes, além de evitar consumir doces e refrigerantes em excesso para evitar cáries.

No que se refere à promoção da saúde bucal, é importante visitar o dentista regularmente. É comum que as pessoas reduzam muito essas visitas após a infância, o que favorece o surgimento de problemas que podem se agravar com o passar do tempo. É sempre recomendado ir ao dentista pelo menos duas vezes por ano.

Além da falta de informações corretas para manter os cuidados com a saúde bucal, outro fator que acaba reduzindo a ida aos consultórios odontológicos é a falta de recursos financeiros. Por isso, muita gente contrata um plano odontológico: para garantir o acesso a profissionais qualificados e a bons tratamentos para manter a saúde da boca a preços mais acessíveis em comparação a quem paga por esses serviços individualmente. Isso é ainda mais necessário quando há problemas urgentes, que exigem atendimento imediato.

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